Quais são as principais características das Feridas Cirúrgicas?
As cirurgias fazem parte dos cuidados de saúde em todo o mundo e, com o passar dos anos, cada vez mais vemos as evoluções das técnicas e procedimentos aplicados. Dados apontam que, anualmente, cerca de 5% a 10% da população pode passar por uma cirurgia ou anestesia. ¹ Os números são bastante relevantes e indicam a relevância dos procedimentos cirúrgicos. Nesse sentido, um fenômeno que precisa ser levado em consideração são as feridas cirúrgicas (ou feridas pós-operatórias). Por isso, neste artigo vamos apresentar as principais características das feridas cirúrgicas e a importância de adotar tratamentos específicos!
O que são Feridas Cirúrgicas?
As feridas cirúrgicas (FC), também conhecidas como pós-operatórias, são “consideradas agudas, planejadas e realizadas com justaposição de bordas, cicatrizam por primeira intenção e, possuem tendência à regressão espontânea e completa em um prazo esperado.” ²
Assim, as feridas cirúrgicas são intencionais, ocasionadas durante uma cirurgia por um instrumental cirúrgico com o objetivo de criar uma abertura em um órgão ou parte do corpo onde o procedimento deverá ser realizado. Após, esse corte deverá ter suas bordas aproximadas por meio de suturas.
Quais são os tipos de Feridas Cirúrgicas?
Apesar de todas as feridas cirúrgicas terem a mesma finalidade – permitir o procedimento cirúrgico -, elas possuem diferentes classificações que levam em consideração a possibilidade de ocorrência de contaminação da lesão durante a cirurgia:
- Ferida cirúrgica limpa: é a lesão provocada durante uma cirurgia eletiva, não traumática que não envolva penetração no trato respiratório, digestivo, genito-urinário ou a cavidade orofaríngea.
- Ferida cirúrgica limpa-contaminada: é a lesão provocada durante uma cirurgia que envolva penetração no trato respiratório, digestivo ou genito-urinário.
- Ferida cirúrgica contaminada: é a lesão provocada por uma cirurgia onde ocorreu uma violação da técnica cirúrgica ou no caso de penetração no trato respiratório, digestivo ou genito-urinário na presença de infecção.
Como é a Cicatrização de Feridas Cirúrgicas?
As feridas cirúrgicas são agudas, o que significa que sua cicatrização geralmente ocorre rapidamente. Portanto, caso não ocorram complicações – assunto que falaremos um pouco mais a frente -, essas lesões passam sem grandes problemas pelas 3 fases de cicatrização: inflamatória, proliferativa e maturação. ¹
- Fase inflamatória: caracterizada por sinais de inflamação como dor, calor, edema e hiperemia. Geralmente dura de quatro a cinco dias.
- Fase proliferativa: caracterizada pela angiogênese, formação do tecido de granulação, contração da ferida e reepitelização. Geralmente dura de 12 a 14 dias.
- Fase de maturação: caracterizada pela organização do colágeno. Geralmente dura diversos meses, podendo demorar mais de um ano para finalizar.
Como cuidar de Feridas Cirúrgicas?
Apesar de poderem ser classificadas de acordo com o risco de infecção, normalmente as feridas cirúrgicas, não apresentando complicações, demandam os mesmos cuidados. São eles:
- Garantir que o local da ferida esteja sempre limpo e seco;
- Utilizar soluções antissépticas apenas se houver sinais de infecção;
- Evitar fricção ou pressão sobre o local da ferida;
- Manter o uso de curativos que contribuam com a cicatrização, absorção do exsudato e prevenção de infecção;
- Observar atentamente qualquer sinal que indique hemorragia, infecção e deiscência.
Quais são as complicações mais comuns de Feridas Cirúrgicas?
Com os cuidados adequados e a aplicação de curativos de qualidade, é pouco provável que ocorram complicações das feridas cirúrgicas, contudo, cada organismo reage a um trauma de uma forma diferente, por isso é preciso estar atento a sinais que indiquem complicações como hematoma, infecção e deiscência.
O hematoma trata-se do acúmulo de sangue sob a pele, resultando na formação de um coágulo que causa grandes desconfortos para o paciente. Além de diminuir o bem-estar do indivíduo, o coágulo causado pelo hematoma também pode obstruir os canalículos linfáticos e os capilares, o que aumenta os riscos de infecção e pode levar ao afastamento das bordas da ferida. Entre os fatores de risco para o surgimento dessa complicação podemos citar: doenças pré-existentes ou uso de drogas que prejudiquem a coagulação e a hemostasia inadequada.
Já a infecção trata-se de um processo inflamatório da ferida causada por agentes externos (microrganismos como vírus e bactérias, parasitas ou fungos). Podendo ser circunscrita à incisão realizada durante o procedimento ou envolver estruturas adjacentes à ferida, a infecção é responsável pela alta taxa de morbidade em pacientes hospitalizados, sendo muitas vezes a causa do aumento do tempo de internação e dos custos com o enfermo.
E, por fim, a deiscência trata-se do afastamento das bordas das feridas que foram unidas por sutura. Esse processo causa a abertura da lesão, dificultando e atrasando o processo de cicatrização, além de aumentar as chances de infecção. Mais comum durante as duas primeiras semanas após a incisão cirúrgica ser feita, a deiscência não é um evento comum, contudo, devido ser uma complicação grave, é necessário que a equipe de saúde esteja sempre atenta e, caso exista suspeita de que a ferida está abrindo, iniciar o tratamento necessário imediatamente.
Como prevenir a ocorrência de Infecções nas Feridas Cirúrgicas?
Como as infecções apresentam um grande risco para o paciente e oneram as instituições, podendo até mesmo causar a demanda de outros procedimentos – inclusive cirúrgicos -, é necessário tomar todos os cuidados para prevenir esse evento adverso e garantir uma recuperação tranquila, sem dores e desconforto para o paciente.
E um dos fatores mais importantes para garantir a prevenção de infecção nas feridas cirúrgicas é a escolha do curativo adequado. Para contribuir com a diminuição do risco de infecções, a cobertura deve promover um gerenciamento adequado do exsudato, já que essa substância pode conter microrganismos nocivos para a cicatrização, além de estar relacionada com o extravasamento e maceração.
Além disso, também é importante selecionar soluções que não provoquem trauma no momento da troca, evitando aumentar as bordas da ferida ou provocar bolhas que também aumentam o risco de infecção.
Por isso, é essencial ter à disposição uma grande gama de curativos, que atendam às mais diferentes necessidades do paciente considerando as especificidades de cada ferida. Pensando nisso, na 3Albe nós selecionamos linhas completas de soluções em curativos para compor nosso catálogo, para que nossos parceiros possam sempre ter à disposição produtos da mais alta qualidade, entregues com segurança e agilidade. Visite nosso site e conheça nossa linha completa de curativos, são soluções para as mais diversas situações, incluindo curativos específicos para tratar pacientes após procedimentos cirúrgicos.
REFERÊNCIAS
Revista Mineira de Enfermagem – Fatores de risco para complicações das feridas cirúrgicas abdominais: uma revisão sistemática da literatura¹
Revista Latino-Americana de Enfermagem – Fatores associados à cicatrização de feridas cirúrgicas complexa mamária e abdominal: estudo de corte retrospectivo²
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